Saiba mais: Professora Aline de Araújo relata em texto um pouco sobre os atuais eventos climáticos.

Outubro 20, 2023

Os eventos climáticos extremos têm, de forma geral, se intensificado. Não são incomuns registros de ondas de calor (países do Hemisfério Norte e Brasil, em 2023), assim como chuvas intensas, seguidas de inundações e alagamentos (China, em 2023, diversos países da Europa, em 2021 e 2023 e também Nova York e diversas cidades brasileiras, em 2022 e 2023) e secas (países do Hemisfério Norte e Amazônia, em 2022 e 2023). Observa-se que quando mencionamos estes fenômenos, estamos incluindo não apenas o Brasil, mas países de todo o mundo.

Neste ano de 2023, os efeitos devastadores  dos ciclones extratropicais que atingiram o Rio Grande do Sul ganharam destaque. Embora sejam fenômenos relativamente comuns, e na maioria das vezes mais amenos do que os ciclones tropicais, por exemplo, o cenário de aquecimento global, combinado à formação de El Niño, foi responsável pelo aumento da umidade no Sul do país, ocasionando os diversos desastres registrados. O fato é que o nosso planeta está mais quente, os oceanos, por sua vez, estão mais quentes e, assim, fenômenos naturais, como o El Niño, estão em processo de modificação. Essa combinação provoca alterações na atmosfera, tornando alguns eventos meteorológicos mais intensos.

Em suma, apesar de o aquecimento global ser um grande desencadeador dos eventos mencionados, a falta de planejamento e gestão da cidades agrava de forma expressiva tais ocorrências. É necessário pensar não apenas em estratégias para o controle de aumento da temperatura da Terra, mas também em medidas de resiliência urbana. As cidades precisam estar preparadas para lidar com estes eventos, por meio de medidas de cunho estrutural (obras de engenharia), mas também de cunho estruturante (sistemas de alerta, zoneamento, dentro outros).

Aline de Araújo Nunes